quinta-feira, 7 de abril de 2016

Um poema de Horácio


Chamam-nos. E não deixámos já tantas vezes
O tempo correr ao tocar-te? Canta-me agora,
Lira minha, um composto poema que dure este e
Muitos mais anos.

Tocou-te primeiro alguém de Lesbos,
Alguém corajoso que ainda assim quer entre batalhas
Quer após aportar a sua barca nas
Ondas da costa,

Cantava o Pai Livre, as Musas, Vénus, aquele
Rapaz que nunca o largava,
E ainda Lyco de olhos negros e de deslumbrantes
Negros cabelos.

Lira minha, honra de Febo, conviva
Sempre bem-vinda dos banquetes de Júpiter,
Doce pausa dos meus trabalhos, nunca deixes de responder
Quando te chamo.


Horácio. I.32. Tradução de Miguel Monteiro.




Poscimur. Si quid vacui sub umbra
lusimus tecum, quod et hunc in annum
vivat et pluris, age, dic Latinum,
     barbite, carmen!

Lesbio primum modulate civi,
qui, ferox bello, tamen inter arma,
sive jactatam religarat udo
     litore navem,

Liberum et Musas Veneremque et illi
semper hærentem puerum canebat
et Lycum nigris oculis nigroque
     crine decorum.

O decus Phœbi et dapibus supremi
grata testudo Iovis, o laborum
dulce lenimen, mihi cumque salve
     rite vocanti.



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